terça-feira, 9 de julho de 2013

Uma Fortaleza, no meu Ceará!!!!


Depois de mais de um ano sem um texto eis me aqui.
Com as malas já desarrumadas, lembranças já devidamente guardadas quero (com)partilhar com vocês sobre os cinco dias que passei na cidade de Fortaleza-Ce.
Cidade de encanto, momentos inesquecíveis e sensações que seriam impossíveis adjetivar.
Numa quinta feira emoldurada por um sol cinematográfico desembarco na cidade e alguns minutos depois estava [literalmente] dentro da Praia de Iracema.
No final da tarde encontrei dois (que pra minha alegria viraram três) amigos e que só agora os conheci de fato. Mesmo depois de tanto tempo de amizade real, sendo virtual.
1 quilo de Camarão, a Praça do Japonês, uma tonelada de alegria, o dicionário “Cearês” e muito, muito risos.
Falando em risada... quis descobrir a razão do povo cearense ser o mais divertido do mundo.
Será o clima, “Macho”?
O Baião de dois, “Mahhhhh”?
A cajuína?. =(
Seja lá qual for o real motivo sei que eles são os mestres na arte de fazer rir. É o sotaque sem ter sotaque. É rir de si mesmo.
O mar, a areia, o sol, o som, o colorido, o calor e a Alegria que pelas bandas de lá parece exalar de forma mais forte e mais intensa.
O Dragão do Mar que pelo nome já era de se esperar algo grandioso, e depois de estar percebi que é muito maior que qualquer expectativa. Um polo inesgotável de criatividade, cultura e bem estar pros olhos e pra mente.
Estive bem próximo de conhecer os quatro cantos da cidade em cima de uma moto. E confesso que em 30 anos de vida não tinha andando tanto como andei em 5 dias e quer saber?! Até que gostei.
Jericoacoara que por razões geográficas tive que deixar pra trás e acabou virando um desejo futuro. Para compensar se é que posso usar essa palavra, tive a grata oportunidade de ver a cidade “sendo” uma tarde inteira numa vista privilegiada no alto do 17º andar e aquela conversa que não terminamos nunca ficou pra quando?!.
As duas Santiago que conheci aqui nessas situações que só mesmo o acaso para poder explicar. Tive o prazer de revê-las e ter a chance de solidificar mais ainda a Amizade.
Aí com velocidade de um raio chega a hora de voltar pra casa, de seguir a vida, de retornar novamente pro meu lugar.
Só que esse “meu lugar” agora também é Fortaleza, também é Ceará...

rafA ditos


segunda-feira, 30 de abril de 2012

A música nossa de cada dia...


Tem música que é quase um pedaço nosso...
Pegam-nos pelos pés, pela letra, pelo ouvido e até pela lembrança.
Concordo quase que plenamente quando afirmam que ás vezes música é a melhor companhia para quem não quer companhia.
E pra mim, a que tem tomado ultimamente conta do meu ouvido é “Maid with the Flaxen Hair” do Richard Stoltzman.
Digamos que esta seja a trilha sonora mais recente da minha vida. Até porque logo aparece outra bela música e tira dela o posto de música do momento.
Eu, tão sedento de novas novidades musicais neste mundão de meu Deus fui “pego” por essa linda canção.
Pra ser sincero descobrir ela quase que ao acaso já que está disponível juntament com outra canção (cujo qual não me recordo o nome) na versão do Windows 7. São aqueles musiquinhas que já vem instalada no computador.
Talvez pela grandeza da canção ou da sutileza do arranjo. Ela seja ideal para se ouvir num ambiente de estresse elevado a última potência vezes 1 milhão.
Confesso que deveria até me aprofundar mais na música em si. Saber por exemplo quando ela foi feita e a qual álbum pertence mas este “débito” ficará talvez para um post futuro. Procurei no Youtube uma versão “ao vivo” que não encontrei e sem contar que depois de quase uma hora tentando colocar um vídeo aqui acabei desistindo da idéia. E olha que nem vou entrar no demérito da bela sinfonia ter um nome digamos pitoresco quando traduzida para o português “Empregada doméstica do cabelo de linho”.
Mas, o bom disso tudo é que depois que comecei a escutá-la pude perceber que ela não somente me “acalmava” e sim a todos que trabalham comigo. Gostei tanto desta música que queria procurar mais coisas sobre o Richard Stoltzman. Mas, esta minha correria diária vai acabar me deixando só na vontade.
Curioso é que música clássica/instrumental nunca foi o meu forte. Só que com essa foi paixão a primeira escutada. Quando ouço tenho a sensação de um anagrama de coisas boas, de alivio, paz e sossego.
Aproveitando o ensejo vou até a estender a minha lista de “A música nossa de cada dia..." onde recomendarei mais 4 canções que viraram minha últimas trilhas sonoras.

• “Vermelho” do disco “ Toque Dela” do Marcelo Camelo
• “ The Build a Home” do disco “ Ma fleur” da (bacanérrima) The Cinematec Orchestra
• “Paradise” do disco “Mylo Xyloto” do Coldplay
• “Hoje Canções” do disco “ O Som do Sim” do Hebert Vianna com participação da Nana Caymmi.

Escutem, mais escutem muito estas 5 músicas que com certeza a vida de vocês leitores deste humilde blog vai mudar nem que seja por míseros milésimos de segundo.




rafA ditos

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

"...Porta retrato do que não aconteceu..."


“... Hoje vendo as cartas e lendo as fotos, percebo que os dias que passaram por cima de mim, ainda estão comigo.
Muito estranho não é? Também acho, porém quando vejo outro dia nascer descubro que ele lembra em alguma coisa o de ontem.
Vou carregando migalhas, pedaços enormes do que não me serviu. Vou os levando pra onde não sei.
O que sei é que vou voando até um determinado momento para quando precisar... Usar.
E o que é bom hein?
Só serve pra semear mais saudosismo, melancolia ou pura sintonia com o passado que passou e agora é só lembranças, meras lembranças
Amores que já amamos, e juramos Amor eterno onde estarão? Que hoje sequer são lembrados.
E os que não nos amaram?
Estes (digo a maioria) são irresistíveis. Não sei se pelo fato de não ter ou pelo doido desejo de ter tido.
Tudo passa, mas algo fica, brota, agarra ou finca bem no meio do peito.
E nesse nosso vôo pela vida, pelo mundo, pelos caminhos, pelas pessoas vamos levando pequeninos que são grandes pedaços. Porta retrato do que não aconteceu.
Já o que aconteceu é tão nosso quanto do mundo.
É do vento... e do tempo que não perderemos se continuar o traçado que traçamos meio que ao acaso...”
Nesta eternidade portátil!


rafA ditos

sábado, 17 de setembro de 2011

“... eu só quero descansar...”.


Começo este post com uma frase da linda canção “Vermelho” do (dono da trilha sonora da minha vida nos últimos anos) Marcelo Camelo.
Vou começar pelo começo...
Então, faz tempo que não passo por aqui para postar nada. Confesso que nos últimos meses tenho tido tempo para pouquíssimas coisas. Um mar, ou melhor, dois ou quem sabe vários mares de coisas para fazer ao mesmo tempo agora.
Irei até me atrever a dizer que estou beirando a exaustão. Já não consigo conciliar família, namorada, amigos e outras inúmeras coisas que estão “pendentes de instalação”.
E o pior (é meus caros ainda tem pior), nunca mais tive um tempo livre para mim. Sabe aquele tempo que precisa para ficar somente com você? Se ouvir, se ver, saber o que está realmente necessitando. Uma conversa a dois a sós.
Uma prova tátil disso é este blog que anda entregue as baratas (é só olhar a data do último post).
Quero deixar aqui bem claro que não estou desanimado com o mundo, muito pelo contrário estou vivendo momentos de realizações em vários setores da minha vida. Mas, já é notório para mim e os que me cercam que preciso urgentemente de um tempo para somente descansar.
Estou de saco cheio de não ter tempo para nada, de dormir pouco, de perder a maior parte do tempo num trânsito digno Beijing. De ter apenas 30 minutos para tomar banho, jantar e saber do que anda acontecendo no mundo para depois ter que dormir e ser tragado novamente por mais um corrido.
Há alguns dias atrás encontrei um hippie na rua e me deu uma vontade louca (no sentido literal da palavra) de largar tudo e sair andando pelo mundo, sem destino, sem apego a nada, enfim sem um local certo de chegada. Só que infelizmente ou felizmente vai ficar mesmo apenas na vontade por questões digamos... óbvias demais.
O fato é que nos dias atuais ter tempo de ter tempo é como achar uma garrafa de agua gelada em pleno verão no deserto do Saara...

rafA ditos

quarta-feira, 13 de abril de 2011

"... Certinho na Contramão ..."



"... Aí há
Ali, lar
Em ti, ar.
Nos dois, mar
..."




rafA ditos




*** Post feito ao som do disco "Toque Dela" segundo album solo do Marcelo Camelo

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Decanato!!!


"... Eu que tanto criei, inventei e quis ser.
Hoje sou o ator principal da minha própria história. Do meu próprio (último)romance.
Não irei supor, prever ou querer. Apenas viver tudo que for feito em nome desse sentimento par.
E o que for de ser.
Será tudo e todo só NOSSO..."


rafA ditos



*** "Amor é quando você tem todos os motivos para desistir de alguém, e não desiste."
Autor Desconhecido

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O Palhaço Tristeza





Lembro que com mais ou menos 10 anos tinha ido pra minha cidade um circo. E eu, criança que estava descobrindo um mundo aceitei logo de cara o convite do meu pai de ir conhecer aquele lugar tão novo pra mim.
Era domingo (que mais parecia um sábado). Mas, pouco importava. Lembro que foi lindo, mágico, encantador. O novo se desfazendo bem ali na minha frente, bobo, apático e sem ação ali estava eu tão fascinado por tudo, e foi momento único.
Na outra semana tinha jogo do time de futebol preferido do meu pai, porém, não voltar naquele lugar pra mim seria semi-morte. Mas, convenci o velho pelo cansaço.
E na segunda vez que fui lá. Malabaristas, contorcionistas, mágicos, mulheres barbadas ficaram quase invisíveis depois que vi o palhaço. Ele trazia a essência de todos em seu sorriso, olhar misterioso, seu jeito desengonçado era um pretexto pra fazer qualquer um sorrir.

E a cada semana que passava eu voltava lá só pra esperar o palhaço me fazer sorrir. Conseguir ir algumas vezes sozinho, mesmo sabendo todo o desenrolar do espetáculo fazia questão de estar presente. O fim de semana pra mim era como se fosse encontrar no final do arco-íris um pote recheado de ouro, e de certa forma essa metáfora tinha total e real sentido. Nele via alegria de um mundo tão bom, e me fazia lembrar que a vida é mesmo tão doce e mágica.
Porém, quando começava mais uma semana e eu já eufórico esperando pelo fim dela, eis que chega a triste noticia; Fui avisado por minha mãe que a arena tinha sido desmontada e que tinha ido pra outra cidade bem distante. Minha única reação foi pegar a minha bicicleta e ir até o local que era o circo. Até então tinha sido aquela a sensação mais amarga e triste que em minha pouquíssima idade tinha experimentado. Não lembro se chorei, mas doeu demais.
Fiquei ali por alguns instantes rodeando o acampado já vazio e sombrio sem a tenda que me fazia tão feliz. E por brincadeira do destino encontro no chão, um cartaz de divulgação da trupe. Recortei a foto, guardei pra mim bem dentro do coração e na memória aquele que me dava só o que era bom.

Passaram-se os anos, mudei pra capital, me formei, casei e virei pai de um casal de gêmeos.
Lembro que depois de levar a pé meus filhos até a escola decidir ir por um caminho diferente até o meu trabalho. Depois de alguns minutos de caminhada vi um senhor com a aparência desgastada me devorar com um olhar faminto. Olhei na carteira e dei algumas moedas. Mas, aquele olhar não me era estranho, no primeiro momento eu não reconheci e seguir adiante. Só que a imagem daquele homem ficou grudada na minha mente durante todo o dia, fiquei perguntando por que ele havia me causado tanto impacto. Cheguei à noite em casa e aqueles olhos invadiram meu sono, meu sonho até chegar o dia seguinte. Fui até lá, quis saber quem seria aquele homem que mexeu tanto comigo. Rodei por todo o bairro e não o encontrei. Num lapso de certeza voltei para casa e fui conferir se o senhor tão sofrido seria quem eu tanto procurava.
... E era!
Ele já não tinha mais as cores da alegria no rosto, tinham as cores de uma vida tragada pelo esquecimento e descaso.

Fiquei muito triste comigo mesmo. Quase sair de mim e mais uma vez rumei ao lugar em que o encontrei pela ultima vez. Procurei, procurei até encontrar outro pedinte que com a voz mais soturna do mundo meu deu a infeliz noticia:
Ele morreu ontem... De tristeza!
Minha reação foi um sorriso de nervoso e um pálido "Obrigado”.
Por muito tempo fiquei me questionando como uma pessoa que fez tanta gente sorrir poderia morrer de tristeza?
E a partir dali tomei a decisão de não querer mais entender a vida!




rafA ditos